
A cidade de Xinguara produz uma média de 36 toneladas de lixo por dia, dentre os quais 40% são recicláveis. Apesar desse amplo potencial para o segmento, a Cooperativa de Reciclagem de Xinguara (Cooperlimpa) processa apenas 2 toneladas por dia pela falta de estrutura para coleta. A singular busca parceria com a Prefeitura Municipal para a concessão de caminhões e subsídio para a execução da coleta nas residências. Na última semana, a equipe técnica do Sistema OCB/PA esteve na sede da cooperativa para articular possíveis alternativas.
A Cooperlimpa presta serviços de coleta do material reciclado nas residências, comércios e indústrias, assim como a segregação do material. De acordo com o Diretor Comercial da Cooperlimppa, Maurílio Pereira, a principal dificuldade dos cooperados, hoje, é levantar capital de giro para manter o negócio. “O produto que temos não garante nossa sustentabilidade. O frete leva todo nosso recurso. No galpão, fazemos o enfardamento para o transporte até Goiânia e Brasília. O quilo do papelão, por exemplo, é vendido a R$ 0,47 e possui um custo produtivo de R$ 0,43. Estamos ganhando apenas R$0,4. Somando-se ao alto custo do transporte, nosso projeto é inviabilizado”.
As alternativas para se garantir a sustentação do negócio seriam parcerias com transportadoras com menor custo e, principalmente, ampliar o volume de produção. Retirando-se o lixo orgânico, Xinguara produz 12 toneladas de material reciclado/dia e 300 toneladas/mês. A cooperativa possui espaço físico, material humano, mas a capacidade de coleta e processamento chega atualmente a apenas 60 toneladas/mês, cerca de 20% do potencial total. São necessários caminhões para captar o volume na cidade.
“Se tivéssemos essa estrutura e a Prefeitura nos subsidiasse com R$180 por tonelada para retirarmos os resíduos da cidade, teríamos viabilidade para manter o projeto. Ganharíamos tanto na entrada quanto na saída. O recurso para a captação cobriria nossas despesas e o da saída seria para a remuneração do cooperado. Estamos em conversação com a gestão pública no intuito de ampliar a parceria já existente.”, explicou o presidente da Cooperlimpa, Antônio Silva.

A Cooperativa foi criada em 2006 com apoio da Prefeitura Local, mas ao final do mandato vigente e com o corte do apoio financeiro, as atividades foram paralisadas. Em 2017, a Cooperlimpa retomou suas operações com a reciclagem, contando com a parceria de profissionais liberais como advogado, contador, professor, engenheiro eletricista e técnico em segurança do trabalho.
Os materiais trabalhados são papel, plástico, vidro e pneu sem dependência à logística reversa. Eles catam e separam a matéria bruta que é comercializada e destinada às indústrias localizadas em Goiás para fazerem a transformação. A intenção é que cheguem a participar de todas as etapas deste beneficiamento.
A cooperativa possui parcerias com empresas da região, principalmente grandes frigoríficos que enviam os resíduos sólidos provenientes da fábrica.
COMPLEXO
Na visita técnica do Sistema OCB/PA, também se discutiu sobre o projeto que propõe a criação de um Complexo Industrial voltado para reciclagem e tratamento de resíduos sólidos a partir da Pirólise. A técnica seria uma alternativa para o fim dos lixões, utilizando-se da exposição a altas temperaturas para decomposição do material. É um dos meios mais eficientes e ecologicamente corretos para o tratamento do lixo, pois além da possibilidade da extração de diversos subprodutos como sulfato amônia, alcatrão, álcoois e óleo combustível, os equipamentos impedem a liberação de substâncias nocivas na atmosfera.
A intenção é construir um complexo para atrair as indústrias instaladas nas regiões sul e sudeste do País, facilitando dessa forma o direcionamento dos resíduos recicláveis dos municípios. O complexo seria feito a partir da união de cinco municípios: Tucumã, Ourilândia, Água Azul, Sapucaia, Rio Maria e Xinguara. “Avaliamos que a proposta é viável e pode representar um avanço expressivo no setor da reciclagem no Pará. Seria um exemplo para cidades de todo o Brasil que convivem com o problema da gestão de resíduos. Desta forma, acompanharemos esse processo de modo mais aproximado para contribuirmos nas conversas com os gestores municipais, articulando, inclusive, audiência pública com os prefeitos de cada uma das cidades envolvidas”, reiterou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.


O cooperativismo nos força a ampliar a visão para além da rotina de trabalho e enxergar as realidades que cercam as instalações das cooperativas. Realidades por vezes precárias e que são uma oportunidade para mostrar o diferencial do cooperativismo. Este é o objetivo que move a ação do Programa Aprendiz Cooperativo, promovido pelo Sistema OCB/PA. Os alunos estão contribuindo com o projeto “Fazer o Bem sem olhar a quem”, arrecadando alimentos não perecíveis a serem destinados à comunidade do Distrito industrial. A entrega será realizada na próxima terça (11), com uma programação para pais e crianças.
A arrecadação iniciou em novembro. A intenção é coletar 100 cestas básicas com itens de necessidade elementar, como arroz, feijão e macarrão. Até a data de entrega, os aprendizes ainda buscam aumentar a quantidade de leite em pó, óleo de soja, cream cracker, café, macarrão e açúcar.
“Atendendo ao sétimo princípio do cooperativismo, que trata acerca do interesse pela comunidade, assumimos o dever social de contribuir com um projeto já existente no Distrito. Os aprendizes estão se mobilizando bastante, pedindo apoio para amigos, familiares e outros parceiros que possam contribuir com a iniciativa. A equipe interna do Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP/PA) também contribuiu com cinco fardos”, explicou a coordenadora do Programa Aprendiz Cooperativo, Rafaela Menezes.
O projeto “Fazer o Bem Sem Olhar a Quem”, apoiado pelos aprendizes, promove regularmente eventos sociais e culturais à população carente, como aulas de dança de balé para crianças. Nos finais de ano, é realizado um evento maior com a entrega de cestas de básica. As comunidades beneficiadas em 2018 serão a Portelinha I e II do Saré localizado, localizado no Distrito Industrial de Ananindeua. Além da entrega dos gêneros alimentícios, haverá uma extensa programação com crianças e familiares na terça (11), de 8h às 12h na sede de uma associação no Conjunto Geraldo Palmeira.
“Ensinar as técnicas de produção, as especialidades de uma função laboral e até mesmo características próprias de organizações é algo que qualquer curso de aprendizagem pode proporcionar. Entretanto, não estamos apenas instruindo alunos na formação de assistente administrativo. Estamos preparando cooperativistas que agregam a produtividade do sistema capitalista e a preocupação com distribuição das riquezas características do socialismo. O cooperativismo é o único sistema econômico que proporciona isso”, reiterou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

O Cacau de Tomé-Açu foi a primeira Indicação Geográfica de um produto agrícola com cunho na sustentabilidade do Pará. O próximo passo das cooperativas, Sistema OCB/PA e Sebrae/PA é potencializar a capilaridade de mercado, agregando valor à produção do cacau através da verticalização. As entidades discutiram sobre o planejamento futuro do setor com o presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), Alberto Oppata, em reunião ocorrida ontem (04) na Casa do Cooperativismo. A singular pretende estruturar uma fábrica de chocolate.
Além do presidente Oppata, participaram o diretor técnico do Sebrae/PA, Hugo Suenaga, o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, o superintendente Júnior Serra e o presidente da Sicoob Unidas, Carlos Edilson. Tratou-se sobre o processo de conquista da Identidade Geográfica do cacau, a futura fábrica de chocolate da CAMTA, a grade de capacitação para os cooperados, empregados e dirigentes, assim como a aplicação do Cooperjovem no município.
A indicação de procedência "Tomé-Açu" aponta e garante a legitimidade do cacau produzido em sistemas agroflorestais desenvolvidos desde 1930 pelos imigrantes japoneses. A contemplação foi divulgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em outubro.
“Ficamos muito orgulhosos com a conquista, encabeçada pelo Sebrae/PA da qual sou conselheiro. Essa IG identifica o local de origem do produto e lhe atribui boa reputação, diferenciando nosso cacau dos seus similares disponíveis no mercado. Disponibilizamo-nos para auxiliar na canalização desse potencial para verticalizarmos o fruto e agregarmos valor com chocolate de excelente qualidade. A cooperativa tem potencial para isso”, reiterou o presidente Ernandes Raiol.
CAMTA
A Camta é a primeira cooperativa paraense com 85 anos de existência, pioneira e referência internacional em SAFs. A capacidade fabril gira em torno de 6.000 toneladas de polpas por ano e a venda em torno de 5mil a 5,5mil toneladas. Deste total, 50% é destinado para a exportação e outros 50% mercado interno. A CAMTA possui, para alguns produtos, o selo internacional Organic, que possibilita a exportação.
A cooperativa conta com uma variedade de culturas e consórcios de várias espécies como maracujá, acerola, açaí, cupuaçu, Camu Camu, seringa, castanha do Brasil, bacuri, uxi, entre outros. Mais de 800 famílias de pequenos agricultores são beneficiados com projeto de responsabilidade social da cooperativa que incentiva a prática de SAFs.

Consolidando-se no interior do Pará, a cooperativa Sicoob Transamazônica também planeja expandir para a Região Metropolitana de Belém já em 2019, além de mais cinco municípios do Sul e Sudeste paraense. O ousado plano de expansão foi apresentado no Workshop de Planejamento Estratégico da cooperativa, ocorrido no último sábado (01) em Marabá. Participaram dirigentes, colaboradores e representantes do Sistema OCB/PA.
A área de expansão será Paragominas, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Floresta do Araguaia, Santana do Araguaia e Belém. O projeto já foi aprovado pelo Conselho de Administração da singular e está sendo encaminhado para a análise do Banco Central (BC).
“Mudamos a estratégia de fomento para chegarmos nesses novos municípios. Contrataremos gerentes de relacionamento em cada localidade para viabilizar negócios nas praças antes de inaugurarmos as agências, abrindo caminho para iniciarmos empreendimentos que já sejam viáveis. Queremos assegurar um crescimento que proporcione sustentabilidade e sobras para os nossos associados. Para tanto, abrimos 14 vagas para contratação de bons profissionais com o perfil necessário”, explicou o Diretor presidente da cooperativa, Lucas Gelain.

Segunda maior cooperativa do Sistema Sicoob, a Transamazônica foi inaugurada em julho de 2015 com 12 fundadores, capital social de R$ 25mil e recursos administrados de R$ 1,2 milhão. Hoje, são 1.900 cooperados, capital social de R$ 7 milhões e R$ 26 milhões de recursos administrados.
Para 2019, a proposta é alcançar o número de 3mil associados, sete pontos de atendimento, R$ 60 milhões de ativos e sobra de R$ 2 milhões. Em uma visão a longo prazo até 2027, a proposta é ter 10mil associados, 25 pontos de atendimento, R$ 300 milhões e R$ 10 milhões de sobras.
“Nesta semana, inauguramos agência em Conceição do Araguaia. Também encaminhamos inauguração em Marabá e Redenção e iniciamos contagem regressiva para a viabilização financeira das demais cidades. Queremos ser a maior cooperativa financeira do Estado. Crescemos em uma velocidade superior à media de mercado”, reiterou o presidente da cooperativa, Antônio Henrique.

A cooperativa trabalha com um portfólio completo de produtos e serviços financeiros. São mais de 100 produtos em expansão. Ela já foi constituída no regime de livre admissão dos associados, podendo associar qualquer pessoa física ou jurídica em qualquer segmento. A carteira é variada com linha de crédito rural, linha de credito pessoal, comercial, cartões, seguridade, previdência, produtos de investimento como poupança, capital social e RDC. São ofertados todos os serviços de um banco tradicional.
“Temos muitos gargalos a serem superados no estado do Pará. Estamos acompanhando cooperativas agropecuárias da Região com ampla necessidade de capital de giro para as quais será muito importante a chega da cooperativa. Contem conosco para auxiliar na gestão desses empreendimento”, afirmou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.

Há 21 anos, pequenos produtores de Parauapebas que atuavam isoladamente decidiram se unir. Fruto por fruto, os associados à Cooperativa dos Produtores Rurais da Região de Carajás (COOPER) provaram que vários pequenos podem ser grandes. A cooperativa já inaugurou o terceiro Centro de Distribuição da Tentação Amazônica, marca de polpas de frutas com qualidade e preço diferenciados no mercado. Para celebrar a abertura em Xinguara, a cooperativa abriu as portas em cerimônia que recebeu a população do município no último domingo (02).
Participaram da cerimônia de inauguração o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra, o secretário de desenvolvimento econômico e rural de Xinguara, Fabio Queiroz, o vice-prefeito de Canaã dos Carajás, Alexandre Pereira, o presidente da COOPERLIMPA, Antônio da Silva, além de cooperados, antigos presidentes da COOPER e vereadores do município. Na ocasião, o galpão de recebimento da produção foi aberto para distribuição de amostras de sucos, açaí e aperitivos.

“São produtos competitivos e que, em especial, dialogam com a questão ambiental. As polpas são produzidas a partir do princípio de preocupação com a natureza e fomentam a geração de empregos locais. Será um processo de fortalecimento regional a partir também da inclusão dos produtores. Estamos muito felizes em ver a evolução da agricultura familiar no Estado e nos colocamos à disposição para auxiliar nesse desenvolvimento”, afirmou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.
A cooperativa processa 12 tipos de frutas que, agora, também estarão disponíveis para a população de Xinguara: Açaí, abacaxi, acerola, cajá, caju, cupuaçu, goiaba, graviola, manga, maracujá, murici e tamarindo. O Centro de distribuição funcionará com vendas no atacado e varejo com preços acessíveis. A partir de 10kg, a cooperativa fará entrega na cidade.

A Cooper fez uma promoção especial na abertura do ponto, vendendo todas as polpas a partir de R$ 7. “Mesmo sem promoção, já trabalhamos com o melhor preço de mercado, sem falar na qualidade. É uma marca já conhecida nos outros municípios com selo de garantia, SIF e todas as fiscalizações exigidas pelos órgãos reguladores. Nossa expectativa em Xinguara é fazer bons negócios, seguindo o ritmo de crescimento obtido em outras cidades. Também iremos entrar em contato com os produtores para alavancar a agricultura familiar e fomentar o crescimento da região”, enfatizou o presidente da COOPER, Mauro Melo.
Com objetivo de fortalecer a produção dos pequenos agricultores, a Cooper foi criada em 1997. A cooperativa busca dar uma destinação do que é produzido no campo com a reunião de 130 sócios. Atualmente, utiliza a produção de hortifrúti de mais de 300 pequenos produtores rurais dos municípios de Parauapebas, Curionópolis, Canaã dos Carajás, Xinguara e Marabá. Cerca de 30 pessoas são empregadas na fábrica e na distribuidora das polpas de frutas e bombons regionais. A Cooper conta com 70 revendas dos produtos em Parauapebas, Canaã dos Carajás, e, agora, em Xinguara.

Em média, 70 toneladas de polpas de frutas são processadas na fábrica. São várias etapas, desde a retirada da polpa até a embalagem do produto. No local, há seis câmaras frias para acondicionar o produto in natura, até que possa ser embalado e vendido. Também, na fábrica, é feito o doce da polpa de fruta para ser usado como recheio nos bombons dos chocolates caseiros. Segundo a Cooper, os produtos são os únicos do sul do Pará que têm autorização do Ministério da Agricultura para serem comercializados.
Serviço: O Centro de Distribuição está localizado na Av. Brasil esquina com Pontes de Miranda
