Alinhado com as melhores metodologias do Brasil aplicadas ao desenvolvimento de grandes empresas, o Programa de Aprimoramento da Gestão Cooperativista (GESCOOP) obteve avaliação positiva de entidades nacionais. Representantes do SESCOOP e da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) estiveram em Belém nesta semana para conhecer melhor o trabalho articulado pelo Sistema OCB/PA. A iniciativa poderá ser difundida para o país com o intuito de regionalizar os Programas já desenvolvidos.
Na ocasião, o coordenador do Programa, Diego Andrade, apresentou como a ferramenta foi elaborada e implementada para a especialista técnica do PDGC na FNQ, Luciana Matos e para a analista de desenvolvimento e monitoramento do SESCOOP, Pamela Lima. “A ferramenta tem um propósito muito similar às demais ferramentas hoje desenvolvidas pela unidade nacional. Usa a análise do ambiente interno feita pelo PDGC como insumo para a construção do planejamento da cooperativa. Está bem estruturada e permite a confecção de um plano estratégico ou de negócios através do qual se vislumbra a visão de futuro, como se pretende crescer dentro do mercado”, enfatizou Luciana Matos.
O GESCOOP estabelece um Plano de Ação Estratégico que analisa elementos como: Negócio da Cooperativa; Ambiente externo, considerando fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos; As forças de intensidade da competitividade do setor; Os fatores críticos de sucesso, analisando a entrega, padronização, continuidade na entrega, condições de venda dos produtos e serviços e o relacionamento com fornecedores; O ambiente interno, em relação às práticas desenvolvidas pela Cooperativa; Análise da atual missão e visão da cooperativa, com auxílio na estruturação ou reestruturação.
A partir disso, se faz a construção de objetivos e estratégias gerais, assim como as específicas em cada área funcional da cooperativa. As informações irão subsidiar o Plano de ação, definindo quais são os próximos passos, como serão realizados, os prazos de início e término, os recursos necessários e os responsáveis por cada ação.
Como parte da Programação, apresentou-se um case de como o Programa foi aplicado em uma singular. A gerente geral da Cooperativa dos Agricultores da Região de Tailândia (CART), Jeane Carvalho e a Diretora Secretária, Michele Castro, mostraram os resultados positivos gerados com a efetividade do GESCOOP. A cooperativa foi a primeira do Estado a receber a ferramenta.
“Achei bastante interessante a forma como está sendo feito para as cooperativas, não imaginava que estava nesse nível. Abre a oportunidade de verificar o que tem de oportunidade no mercado, concorrentes e produtos substitutos. É um conhecimento importante para a cooperativa sair da zona de conforto, buscar novos desafios, desenvolver novos serviços e produtos com apoio da ferramenta. A análise de cenário faz com que a cooperativa reflita sobre o momento em que se encontra e o que deseja, traçando caminhos mais audaciosos para o futuro”, explica a analista Pâmela Lima.
Planejamento
Um dos principais investimentos previstos no planejamento estratégico do Sistema OCB/PA em 2018 é a profissionalização do setor através do GESCOOP. O objetivo é alcançar pelo menos 50 singulares do Estado com a ferramenta. “Já qualificamos nosso banco de instrutores com o repasse metodológico específico do GESCOOP para atender a toda essa demanda. A chancela do GESCOOP ainda nos dá mais credibilidade para continuarmos esse trabalho importante de potencialização das nossas cooperativas. É o caminho para despertar a gestão e extrair o que de melhor se pode oferecer frente à competitividade do mercado”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
A adequação aos padrões de cultivo e comercialização do cacau, assim como o aprimoramento da gestão de cooperativas são alguns desdobramentos previstos pela parceria entre a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e Sistema OCB/PA. As entidades celebrarão parceria para execução de projeto voltado para a cacauicultura nos municípios paraenses. O objetivo é, após a formalização do termo de cooperação técnica, ampliar a atuação para o atendimento de cooperativas que trabalham em outras cadeias produtivas.
A Faepa foi fundada em 1951 com a missão de representar e defender a classe produtora rural, promovendo ações para a sustentabilidade do agronegócio paraense. As ações da Faepa estão descentralizadas em dez núcleos regionais, contando, para tanto, com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Pará (Fundepec) e da Amazônia Rural (Central de Negócios), instituições que integram o sistema.
Um dos projetos em execução refere-se ao polo cacaueiro através do qual estão sendo atendidas 10 cooperativas de seis municípios. Para viabilizá-lo, identificou-se a necessidade de organizar os produtores em cooperativas e não em associações. O Sistema OCB/PA, como representante máximo do cooperativismo no Estado, foi demandado para auxiliar nesse processo. O primeiro passo será a adesão das cooperativas junto à entidade. Na última semana, já foram sensibilizados produtores e cooperados de duas singulares no município de Santa Bárbara: COOPERBARBARA e COOMPTRASB.
“Iniciamos a discussão para realizar a parceria através do termo de cooperação técnica. A partir disso, poderemos contribuir com o desenvolvimento das pessoas ligadas às cooperativas. Enquanto a FAEPA levará informações dentro dos limites de seu planejamento estratégico, levaremos a expertise do cooperativismo, todos os nossos programas e ferramentas de gestão. A finalidade é efetivar empreendimentos cooperativos que sejam organizados e atuantes no mercado com fornecimento de produtos padronizados de acordo com as exigências de mercado”, afirmou o analista do Sistema OCB/PA que ministrou as palestras, Jamerson Carvalho.
O projeto da FAEPA contempla o suporte aos produtores através da constituição de uma estrutura para fazer o tratamento do cacau. O processo compreende a assistência técnica desde o plantio e manutenção das áreas até a colheita, onde é feita uma coleta específica. Realiza-se a classificação da amêndoa e, em último caso, o encaminhamento para se beneficiar o produto. A intenção é ampliar a produtividade dentro dos padrões de cacau fino, que será um produto com qualidade, melhor acesso e valor agregado no mercado.
“O SENAR possui diversas ações para a profissionalização do homem através da agricultura familiar. A intenção é fazer com que o projeto cacaueiro possa reverberar em outras demandas para atendermos, juntos, a outras cooperativas que trabalham em segmentos variados, como o açaí, derivados do leite, fruticultura e outras cadeias em potencial. Queremos incentivar os produtores a chegar no mercado de forma mais competitiva”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Seja na base da produção alimentar ou fomentando o empreendedorismo através do crédito, a importância das cooperativas para a economia regional é cada vez maior. Essa relevância foi evidente no 2º Festival de Negócios promovido pelo Sebrae/PA em Castanhal, onde as singulares expositoras obtiveram bons resultados. O Sistema Sicoob, por exemplo, foi responsável pela liberação de R$ 600mil em rodadas de negócios. Representando o ramo Agro, participaram as cooperativas COOMAC de Curuçá e CASP, de Vigia em parceria com o Sistema OCB/PA.
O evento ocorreu no final de setembro em parceria com a Secretaria Municipal de Indústria, Comercio e Serviços, Secretaria de Cultura, Associação Comercial e Industrial de Castanhal e Sistema OCB/PA. Na programação, houve a exposição dos produtos de empresas e cooperativas, rodadas de negócio, capacitações e atrações culturais.
No total, o evento teve aproximadamente 10 mil visitantes, gerando mais de R$5 milhões em negócios para os 44 expositores. Foram R$ 3,4 milhões só em comercialização de produtos e serviços, R$ 957 mil em rodadas de negócios entre produtores rurais e atacarejos da região e R$ 600 mil em liberação de crédito. Ainda foram capacitados 40 produtores rurais em certificação orgânica e 35 empresas em "uso da internet para conquistar clientes".
“Foi uma excelente oportunidade paras as cooperativas representarem o cooperativismo e fechar boas parcerias com empreendimentos locais, sejam supermercados, feiras ou restaurantes daquela micro região. O Sebrae/PA mais uma vez nos acionou a sermos parceiros, incentivando as cooperativas a participarem e evidenciando bastante o cooperativismo”, afirmou o gerente do Sistema OCB/PA, Vanderlande Rodrigues.
As cooperativas selecionadas já são atendidas com os programas do Sebrae/PA. A Cooperativa Mista Agroaquícola de Curuçá (COOMAC) possui uma variedade de produtos da área rural, tais como hortaliças, frutas e derivados da mandioca. Já a Cooperativa Agropecuária do Salgado Paraense (CASP) trabalha com laticínios verticalizados, produtos de qualidade registrados como artesanais pela Adepará.
“Nossos produtores de Curuçá têm muita produção e pouco publico. A participação deles foi importante para fecharem boas parcerias e escoar a produção, fortalecendo economia regional. A CASP também, apesar de ter um bom mercado, precisa ser mais conhecida, abrir novas fronteiras. Agradecemos o apoio do Sebrae/PA, que vem á fazendo trabalho forte com as cooperativas na perspectiva de novos negócios”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
As cooperativas do ramo agropecuário possuem a oferta de produtos orgânicos, agroecológicos e de alta qualidade. Já o segmento de alimentação fora do lar possui a procura por essas mercadorias, mas não possui acesso direto à base produtiva. Para efetivar esse encontro de oferta e procura, o Sistema OCB/PA, SEDEME e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Pará (Abrasel/PA) estão articulando ações conjuntas. A primeira etapa deste projeto será o levantamento das demandas dos estabelecimentos direcionados pela diretoria da Abrasel/PA.
Os bares e restaurantes serão visitados por técnicos da Nós Soluções Sustentáveis e Instituto Amazônia Cooperar que identificarão os dados para orientar as cooperativas. A partir disso, será elaborado um plano de ações mais direcionadas. “Estamos nos unindo para promover o encontro da produção de cooperativas da agricultura familiar às necessidades dos estabelecimentos paraenses, buscando levar dignidade às famílias no campo, qualidade às empresas do ramo alimentar e sabor e saúde ao consumidor final, proporcionando preço mais justo a todos os elos dessa cadeia de valor”, afirmou a presidente da Abrasel/PA, Rosane Almeida.
As discussões se iniciaram através das atividades do APL Alimentação Fora do Lar, articulado pela SEDEME. O Sistema OCB/PA pôde se aproximar da Abrasel/PA e, posteriormente, as entidades assinaram termo de cooperação técnica. De acordo com o previsto no termo, o Sistema OCB/PA fará o levantamento da produção das cooperativas, mercadorias e a quantidade ofertada. A Abrasel responderá sobre a disponibilidade de compra, periodicidade e locais para entrega.
A Abrasel possui forte demanda de produção de materiais oriundos da produção rural. No entanto, a comercialização é feita frequentemente com atravessadores e terceiros. “Vimos a oportunidade de mercado para tentar estreitar o contato desse público com o produtor direto, na ponta. No ano passado, fomos convidados para participar de uma reunião da Sedeme onde foi discutido o APL de alimentação fora do lar no qual a Abrasel está inserida. Na ocasião, fizemos uma aproximação com a entidade, chegando a participar da primeira Feira Brasil Ilhas e Sabores. O resultado foi positivo, abriu as fronteiras de mercado direto para os expositores e, hoje, podemos celebrar esse termo de parceria”, explicou Ernandes Raiol.
Bastam 15 minutos de exercícios laborais, acompanhados do prazer de trabalhar com o que e com quem se ama, para evitar doenças associadas ao desempenho da função. A felicidade de cooperados e colaboradores, uma das metas do cooperativismo brasileiro até 2025, está diretamente relacionada à saúde, segurança e harmonia dentro do ambiente de trabalho. Neste sentido, algumas práticas importantes foram repassadas pelos aprendizes cooperativos da Unimed Belém (turno da tarde) para o público interno do Sistema OCB/PA, na última terça (16).
A atividade também foi desdobramento final do módulo “Formação Humana e Científica”. Os aprendizes da tarde decidiram trabalhar a melhoria nas condições de trabalho dos funcionários da Unidade Estadual, a partir da cooperativa fictícia que eles mesmos criaram: Cooperativa de Segurança ao Trabalhador (SATCOOPER). Foram feitas duas rodadas de palestras sobre o tema com base nas normas regulamentadoras 6 e 17 estipuladas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os aprendizes falaram sobre fatores de proteção, saúde no ambiente de trabalho, noções de ergonomia, doenças associadas a riscos ergonômicos e práticas de prevenção às doenças. Para tal, o funcionário deve ter uma boa postura, em especial no uso de computadores e de cadeiras. É necessário fazer pausas para se alongar e exercitar os punhos e as mãos com o uso da bolinha terapêutica. Os alunos, inclusive, distribuíram bolinhas e ensinaram exercícios simples que podem ser adotados no dia a dia e contribuir para a saúde física e mental.
Ao longo da estruturação do projeto, os alunos fizeram uma análise do ambiente de trabalho e fizeram apontamentos de melhoria. “Nosso objetivo foi alertar com base nos riscos que identificamos nas posturas incorretas e nas possibilidades de adequação. Percebemos que existe uma utilização incorreta de computadores, não há uma pausa durante o expediente para fazer exercícios laborais, além ausência de alguns equipamentos auxiliares. Isso pode afetar a produtividade, à medida que acarreta em doenças e prejudica no desempenho. É muito mais fácil evitar do que tratar uma doença”, explicou a aprendiz Eduarda Ogorodink.
O Programa
No módulo em questão, foram trabalhadas quatro unidades: Identidade do Jovem, Políticas Públicas, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente/Desenvolvimento Sustentável. Abordaram-se questões que estão em voga na sociedade, tal como a discussão sobre gênero e eleições para presidente. “Realizamos um estudo mais aprofundado para promover um treinamento que, de fato, contribuísse para a saúde do trabalhador na prevenção de doenças e na melhoria de qualidade de vida. A avaliação dos trabalho realizado pelos alunos é muito boa, pois realmente se empenharam para além da sala, de aula. Buscaram aprofundamento e cresceram um pouco mais”, enfatizou a instrutora do Programa, Alessandra Souza.
Com formação em cooperativismo e em assistente administrativo a partir da vivência prática dentro de uma cooperativa, o Programa Aprendiz Cooperativo possui duração de 18 meses, com 500 horas práticas e 500 horas teóricas. No conteúdo programático são trabalhadas as disciplinas: Cidadania e Trabalho, Cooperativismo, Formação Humana e Científica, Introdução à Administração, Empreendedorismo, Linguagem e Comunicação, Matemática, Informática e Escritório, em que aprendem sobre todas as funções do auxiliar administrativo, e Mercado de Trabalho, que é um preparatório para entrevistas de emprego.
“Os alunos nos proporcionaram momentos de aprendizagem bastante relevantes nesta finalização de módulo, demonstrando que o curso teve resultado positivo. Foram trabalhadas relações individuais, humanas, sociais, profissionais e ambientais com o intuito de preparar o jovem para a vida pessoal e para o mercado. São ensinamentos preciosos. Parabenizamos a todos os envolvidos, em especial às professoras que se esforçaram para promoverem o projeto”, afirmou a coordenadora do Programa Aprendiz Cooperativo do Sistema OCB/PA, Rafaela Menezes.