
Com a meta de atingir todo o Pará no reaproveitamento de madeiras de áreas suprimidas por barragens, mineração, ferrovias e outros grandes projetos, a Cooperativa da Indústria Moveleira e Serradores de Parauapebas (COOPMASP) está 100% regularizada com os órgãos regulatórios da atividade. Nesta semana, a Diretoria negociou o parcelamento da dívida junto ao Sistema OCB/PA para acessar todos os serviços disponibilizados pela entidade máxima de representação do cooperativismo no Estado.
O total da dívida era de R$ 7mil. Para facilitar o pagamento, o valor será divido em 13 parcelas de R$ 350,00. “Conseguimos encontrar uma forma mais viável para a cooperativa que compreendeu a necessidade de valorizar o sistema na região e da importância de se estar ligado à entidade. Poderemos contar com apoio da organização na questão jurídica, contábil, assim como participar de treinamento e cursos. Foi o que nos motivou a buscar a regularidade”, afirmou o presidente da COOPMASP, Sérgio Ferreira.
Além do Registro e Filiação prevista pela lei 5.764/71, o Sistema OCB/PA também atua na Representação e Defesa Sindical; Fomento do cooperativismo através de consultorias, palestras e apoio técnico à gestão; Representação política e econômica; Consultorias Jurídica, Contábil e Comunicacional; Monitoramento e desenvolvimento de cooperativas através de programas de auxílio à Gestão e Governança Cooperativa. As ações são dividas no Tripé de Formação Profissional, Promoção Social e Monitoramento.
Uma das demandas levantadas pela COOPMASP é o curso de Contabilidade Para Cooperativas, que será feito junto a outras singulares de Parauapebas para aproximar mais o Sistema OCB/PA das regiões Sul e Sudeste.
No último mês, a cooperativa completou 20 anos. É a única singular que trabalha no ramo dentro da Região Norte. Através dela, se criou o polo moveleiro de Parauapebas com os cooperados que formam 96 movelarias instaladas em uma área de 250mil metros. A cooperativa presta serviços na parte de gerência do polo, garantindo acesso a infraestruturas básicas como água, asfaltamento e luz, além de organizar o licenciamento dos cooperados. O principal produto é a serragem da madeira para o moveleiro a preço de custo. A unidade da cooperativa tem capacidade de serrar 35metros cúbicos por dia.
Os cooperados é quem transformam a madeira em moveis coloniais, rústicos e de fino acabamento. A cooperativa cede a madeira. A transformação segue os procedimentos estipulados pela Secretaria de Meio Ambiente. Cada tora gera 35% de madeira boa reaproveitável e 55% vira resíduo industrial. A ideia no futuro é que a cooperativa, quando tiver madeira suficiente, seja responsável por capitalizar empresas para distribuir no polo.
Madeira Legal
Após uma longa espera, que perdurou por duas décadas, o Polo Moveleiro de Parauapebas começou a reescrever a sua história com a assinatura do termo de cooperação com a Vale no último ano, que permite a doação de madeira legal da empresa para a COOPMASP. A parceria prevê a geração de cerca de 400 empregos diretos pela necessidade de contratação de trabalhadores para a construção de moveis diante da doação de dois mil metros cúbicos de madeira das mais variadas espécies, suprimidas do solo da Floresta de Carajás, devidamente autorizado pelo órgão ambiental, para dar espaço à mineração.
O projeto tem apoio da Vale, da Prefeitura Municipal de Parauapebas, Governo do Estado, OCB, Alepa e ICMBio.“A intenção é que tenhamos capacidade para canalizar toda a madeira que sai da área da mineração. Já serramos 200m cúbicos em cinco meses, que corresponde a 25% do projeto. Deste percentual, 50% dos moveleiros já foram beneficiados com as madeiras. O termo tem duração de um ano, podendo ser renovado. Desde o início do projeto, só a Serraria da cooperativa já contratou 15 funcionários. As marcenarias, também acabam contratando mais”, afirmou o presidente Sérgio Ferreira.

Os aumentos sucessivos do preço da gasolina, as despesas para manutenção do aplicativo e a queda no faturamento foram fatores decisivos para que os associados das cooperativas de táxi da Região Metropolitana não aderissem à plataforma lançada pelo Sindicato dos Taxistas de Belém, no final do ano passado. O aplicativo oficial da categoria na capital paraense garante desconto de 30% nos valores das corridas, que é avisado previamente aos usuários a exemplo de outros como Uber e YetGo. Para tentar burlar os números negativos, as cooperativas planejam outras ações como promoções e uso de aplicativos próprios que facilitam a solicitação do serviço, o pagamento e o monitoramento do percurso.
O Sindicato informou que a onda de aplicativos de transporte de passageiros causou uma perda de 60% das corridas dos taxistas. Muitos estavam devendo para bancos, entraram em crise e tiveram de vender seus carros. Do total dos taxistas, 43% dos taxistas possuem idade acima de 50 anos e, principalmente os idosos, precisavam de uma alternativa. Por isso, o sindicato decidiu desafiar a concorrência.
“Nós tivemos muito prejuízos com essa diminuição no faturamento. É totalmente inviável conceder descontos nas viagens com a crise que passamos. Além disso, tivemos o aumento da gasolina, dos impostos e tributos. A despesa está muito alta. Não podemos pagar para trabalhar. Vamos investir em outras estratégias para abranger mais clientes como promoções, porém, não há como aderir ao app, nem como conceder desconto”, afirmou o Diretor Administrativo da Cooperativa Dos Taxistas da Duque de Caxias (COOPERDUQUE), José Moreira.
De acordo com o Diretor da COOPERDUQUE, houve uma perda de 45 a 50% das rendas diária e mensal, o que também levou a uma diminuição do quadro funcional da cooperativa, que já demitiu seis colaboradores desde a chegada dos novos aplicativos. Em contrapartida, a cooperativa também dispõe de aplicativo próprio no mercado, através do qual é possível visualizar a média do preço a ser cobrado, o deslocamento do veículo até o local de início do percurso, assim como o deslocamento até o destino final. A Cooperativa dos Motoristas de Táxi da Doca (COOPERDOCA), que também não aderiu ao App 'táxi.belem', possui aplicativo semelhante que ainda permite escolher a forma de pagamento, se no dinheiro ou cartão de crédito.
As cooperativas se apoiam no diferencial competitivo de segurança na execução do serviço. “Se eu estiver em mosqueiro e meu filho em Belém, posso solicitar um dos nossos táxis para buscá-lo mesmo de longe, rastreando o carro em todo o percurso. Também pago pelo aplicativo, dependendo do acerto com a Cooperdoca, e tenho a segurança de poder confiar em um empreendimento devidamente regularizado, com muito tempo de mercado, que faz uma vistoria constante nos carros, diferente dos motoristas desses aplicativos que nem regulamentados são”, afirmou o presidente da COOPERDOCA, Ewerson Lobato.
Projeto de Lei
O projeto que regulamenta os aplicativos de transporte continua parado no Congresso Nacional, apesar de já ter sido aprovado pelo Senado em 2017 com quatro alterações em relação ao texto que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados: o fim da obrigatoriedade da placa vermelha, da exigência de que os carros usados sejam de propriedade dos condutores, da necessidade de licença municipal para a atuação dos aplicativos e da restrição territorial para que um carro emplacado em um município possa pegar passageiros em outra região metropolitana. Devido às alterações, o projeto teve que voltar para a Câmara e ainda não entrou na pauta da Casa.
Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (OCB/PA), Ernandes Raiol, o assunto deve ser o mais rapidamente discutido em âmbito político. “Precisamos de uma definição no sentido de regulamentação da atividade para uma concorrência não desleal, salvaguardando os direitos da categoria. A concorrência é importante para a população ter opções melhores de transporte, forçando até mesmo as cooperativas a se adequarem, mas deve partir de um pressuposto de igualdade de direitos e deveres. Os taxistas não podem continuar pagando devidamente seus impostos enquanto outra categoria trabalha sem qualquer conformidade constitucional”.

No último ano, a Cooperativa da Agricultura Familiar de Juruti (COOAFAJUR) teve um crescimento significativo de 67,53% nas suas vendas. Os dados do último exercício foram apresentados durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da cooperativa, ocorrida na última segunda (08). Foram repassados o relatório de gestão, o balanço de 2017 e a destinação dos resultados, assim como eleição do novo conselho de administração e do conselho fiscal. Na oportunidade, também ocorreu uma Assembleia Extraordinária para revisão de estatuto.
A COOAFAJUR trabalha com produtos oriundos da Agricultura Familiar, como verduras, hortifrútis, farinha de mandioca e seus derivados. Em apenas três anos de operacionalização das suas atividades, a cooperativa já conseguiu expandir mercado e a perspectiva é continuar o crescimento. A cooperativa é um dos resultados do Programa de Apoio à Produção Familiar, dos Planos de Controle Ambiental (PCA) da Alcoa, companhia líder global dos segmentos de bauxita, alumina e alumínio. O Programa é executado no Município de Juruti, em parceria com o Instituto Vitória Régia-IVR que realiza as atividades de Assistência Técnica Rural. A Alcoa canaliza 40% da produção da cooperativa e os outros 60% são destinados ao mercado local, no município.
A Nova Diretoria está assim composta: Ivan da Silva Pimentel como Presidente e Marliane das Chagas Soares como Vice Presidente. Diretor de Produção: João Alexandre Bentes de Souza. Diretor Administrativo e Financeiro: Sônia Maria Lima do Nascimento
“Tivemos um crescimento bastante positivo se considerarmos os quatro anos de constituição e três anos de funcionamento da cooperativa. A primeira diretoria conseguiu alavancar bastante o negócio. Precisamos ressaltar o apoio do Instituto Vitória Régia, instituição de Belém com escritório em Juruti que nos ajudou desde a constituição”, afirmou o novo presidente.
Na AGO, a Diretoria anterior fez o demonstrativo dos três anos de atuação, mostrando pontos positivos e negativos, como a demanda pela busca de novos mercados. Em relação à destinação dos resultados, os cooperados aprovaram que o recurso ficasse na própria cooperativa como fundo de reservas para reinvestimento na compra de insumos para a produção.
Na Assembleia Extraordinária, foram realizadas alterações estatutárias conforme resultados obtidos do Programa de Acompanhamento de Gestão de Cooperativas (PAGC). Definiu-se pela diminuição do tempo de mandato de quatro para três anos. Também foi feita a alteração na razão social da cooperativa, onde era identificada como do ramo trabalho por regulamentação da Junta Comercial do Pará (JUCEPA). Contudo, os cooperados conseguiram provar que se trata de um singular do ramo agropecuário. A Nova Diretoria ainda irá marcar uma nova assembleia extraordinária para apresentar o plano de trabalho dos próximos três anos.

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em âmbito nacional, selecionou produtos singulares de cooperativas do país para presentear presidentes e superintendentes das unidades estaduais da entidade. Entre grandes potências do setor, como Central Aurora de Alimentos, Frimesa e Cooxupé, o kit contém a produção da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), que é a representante paraense e da Região Norte. Com 84 anos de existência, ela é referência em Sistemas Agroflorestais.
No kit montado pela OCB Nacional, foram enviados vinho e salame da Central Aurora de Alimentos, que é a 17ª maior empresa do Sul do país; O Queijo Parmesão da Frimesa, que foi eleito o melhor Parmesão do Brasil por três anos consecutivos no Concurso Nacional de Produtos Lácteos, em Minas Gerais, assim como o Café Prima Qualità Mister, produzido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a partir de grãos 100% arábica selecionados do Sul de Minas.
O produto da CAMTA foi o kit de geleias 100% natural, nos sabores Cupuaçu, Goiaba e Açaí. A Cooperativa já tem uma larga experiência em processos de exportação. Ela vende para outros países desde 1955. Os principais consumidores externos são o Japão, Estados Unidos e a Alemanha. Também são consumidores a Argentina, Israel e Canadá.
“Para o cooperativismo paraense, é um sinal de que estamos avançando, de modo a estar lado a lado com grandes empreendimentos do setor. Temos consciência de que há muito para avançar, mas estamos no caminho certo. Os intercâmbios promovidos nos aproximam dessas boas práticas de gestão, além de proporcionarem possibilidades maiores de intercooperação. O crescimento é uma consequência disso”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

O Diário Oficial da União publicou, na última sexta (05), a Lei Complementar que permite que cooperativas financeiras recebam depósitos de prefeituras e órgãos ou entidades/empresas controladas pelos municípios. Também estão autorizadas a gerirem as disponibilidades financeiras do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP). Antes da medida, as cooperativas eram autorizadas apenas a prestar serviços como arrecadação de tributos e pagamento da folha de proventos dos servidores. Com o acesso aos depósitos, fica vedada somente a concessão de empréstimos.
A captação desses recursos municipais está limitada, segundo a lei, ao valor hoje garantido pelo Fundo Garantidor das Cooperativas de Crédito (FGCoop) de R$ 250 mil por depositante, seja pessoa física ou jurídica. Para montantes superiores a esse valor, o dispositivo abre a possibilidade para o Conselho Monetário Nacional (CMN) disciplinar, por meio de regras prudenciais, como as cooperativas de crédito poderão fazer a captação.
A conquista é um marco histórico para o cooperativismo brasileiro, especialmente para o Ramo Crédito. “A OCB, com o apoio fundamental da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), conseguiu mostrar ao Congresso Nacional a relevância das cooperativas de crédito para economia dos municípios, sendo que em mais de 500 deles, essa conquista representa a sobrevivência econômica da região”, avalia o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Distribuídas por todo país, as cooperativas de crédito, instituições financeiras sem fins lucrativos, reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, reúnem mais de 9 milhões de cooperados, com ativos, em 2017, na ordem de R$ 220 bilhões, depósitos de R$ 103 bilhões e empréstimos de R$ 81 bilhões, estando presentes e devidamente estruturadas em aproximadamente 95% dos municípios, com mais de 5,5 mil pontos de atendimento.
Texto: Ascom OCB