Com a proximidade das eleições 2020, muitos candidatos à câmara de vereadores municipais e às prefeituras estão buscando informações sobre o sistema cooperativista de trabalho. Para facilitar a inclusão de ações pró-cooperativistas, o Sistema OCB/PA disponibilizou a “Carta Aberta do Cooperativismo Paraense 2020”, em que apresenta as sete prioridades para que os interessados possam incluir em seus respectivos planos de governo.
Esta é a segunda vez que a instituição realiza um documento apresentando essas prioridades. “O nosso objetivo é fortalecer o cooperativismo. Quem estiver disposta a investir nesse sistema, olhar com carinho para as nossas demandas, estaremos de braços abertos para receber a todos, sem distinção ou bandeira partidária. No cooperativismo o que impera é a cooperação”, explica Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
No Pará, cerca de 200 mil pessoas estão envolvidas direta e indiretamente em 7 segmentos econômicos: Trabalho, Produção de Bens e Serviços; Agropecuário; Transporte; Saúde; Infraestrutura e Crédito. Ao longo de quase cinco décadas de atuação, o cooperativismo paraense chegou a um patamar Fomento ao cooperativismo de considerável expressividade econômica, conseguindo caminhar com autonomia.
O número de profissionais autônomos empreendendo através do cooperativismo vem crescendo nos últimos anos. Atualmente, o número são mais de 139 mil cooperados. O ramo Crédito lidera com 19.948 cooperados, seguido do ramo Agropecuário com 6.215 e do Saúde com 4.394.
Conheça as 7 Prioridades do Cooperativismo Paraense para as eleições de 2020.
1 – Política Municipal do Cooperativismo
Criação de uma lei municipal que estabeleça diretrizes e regras voltadas para o incentivo à atividade cooperativista no município, tomando por base as disposições constitucionais, lei ordinária e lei estadual 7.780/13.
2 – Aplicação dos dispositivos constitucionais
As Constituições Federal e Paraense preveem uma série de dispositivos que beneficiam o segmento cooperativista.
3 – Estímulo ao mercado cooperativista
Por meio de Políticas Públicas, estimular a contratação e aquisição de produtos de cooperativas locais. Administrativamente, promover a efetivação do cumprimento da legislação do PNAE para a aquisição de produtos da agricultura familiar. Assim como promover o incentivo à organização do Transporte através de cooperativas.
4 – Diferimento de taxas e tributos municipais
Promover o diferimento de impostos, taxas e demais obrigações municipais às cooperativas em razão de seu caráter social, sem finalidade lucrativa.
5 – Política de microcrédito para cooperativas
Disponibilizar por meio de Políticas Públicas linhas de crédito específicas para as cooperativas.
6 – Criação de coordenação municipal do cooperativismo
Proporcionar a criação de coordenadoria/ diretoria voltada para atender as demandas do cooperativismo local, atrelada à secretaria responsável pelo desenvolvimento municipal.
7 - Fomento ao cooperativismo
Criar instrumentos e mecanismos que estimulem o crescimento e o fortalecimento da atividade cooperativista como alternativa de desenvolvimento social e econômico para o município.
Serviço: Para acessar o documento na íntegra, clique aqui.
Irituia é rica em biodiversidade. Riqueza natural que pode trazer ainda mais desenvolvimento para o município, ao se garantir um valor agregado à produção. A cooperativa D’Irituia está justamente estruturando agroindústria para beneficiar o tucumã e outras oleaginosas, como ucuuba, mucajá, castanha-do-pará e piquiá. No último domingo (04), a SEDEME visitou a área em que se pretende instalar o projeto e apresentou as possibilidades de financiamento via crédito do produtor, do BanPará.
De acordo com levantamento feito pelo escritório regional da Emater junto com as cooperativas locais, a região apresenta forte potencial para produção de açaí, andiroba, buriti, bacuri, bacaba, cacau, castanha-do-pará, copaíba, coco, cupuaçu, inajá, maracujá, murumu, patuá, tucumã, ucuuba, mucajá e piquiá. O tucumã, por exemplo, tem uma produção anual de mais de 40 toneladas e uma produção de óleo de mais de mil litros; o piquiá com 249 toneladas e mais de 19 mil litros de óleo; andiroba, com 34,2 toneladas e 1.368 litros de óleo.
O planejamento de construção da agroindústria integra, além do beneficiamento de óleos, as casas de farinha e mel, assim como beneficiamento de polpas. Em 2012, a D’Irituia adquiriu a área para construção do complexo industrial, mas ainda busca fontes de financiamento do projeto.
A comitiva que visitou a área foi formada pelo coordenador da DDICS na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), Mauro Barbalho, pelo empresário da Ação Sustentável da Amazônia (ASA Açaí), João Hermeto, pelo Presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol e pelo pesquisador da Embrapa Oriental, Oswaldo Kato. Também pretende-se utilizar o espaço como um ambiente educacional e de empreendedorismo para alunos, estudantes e professores.
“O ambiente acadêmico também terá a oportunidade de ver na prática que é possível fazer algo diferente. Não somente falar na teoria que a Amazônia é rica, mas mostrar, na prática que conseguimos transformar esse potencial de riqueza em alto valor agregado para a comunidade de Irituia e para a região”, explicou o professor doutor da UFRA e cooperado da D’Irituia, José Romano.
Conforme estimativas da diretoria da cooperativa, o projeto está avaliado em aproximadamente R$ 1milhão. A Sedeme, que faz validação de carta consulta e submissão do projeto ao conselho deliberativo do recurso, sinalizou positivamente para a parceria por meio da linha “Crédito do Produtor”. Operado pelo BanPará, possui prazo máximo de carência de até 4 anos, com financiamento de até 85% do valor total do investimento para financiamentos entre R$500 mil e R$1 milhão.
“Por meio do BanPará, podemos apoiar empreendimentos como esse. Vamos repassar todo o regramento à cooperativa e, com a orientação do Sistema OCB/PA, a diretoria irá apresentar o projeto para que, dentro de alguns meses, tenhamos o crédito disponível para atendê-los. Também há um movimento muito forte na ALEPA e no Governo do Estado para estímulo a incentivos fiscais, no objetivo de atender todas a cooperativas. Creio que é possível aplicar isso também na D’Irituia em curto prazo”, reiterou Mauro Barbalho.
De acordo com a diretoria da D’Irituia, já foi feito estudo de mercado e de produção. A singular também possui documentação legal, certificação, licenças para instalação e está articulada com instituições parceiras para o suporte técnico e organizacional, como o Sistema OCB/PA, UFRA, IFPA e UFPA. Um dos parceiros econômicos e comerciais é o grupo ASA, que mantém o Restaurante Aprazível no Rio de Janeiro.
“Irituia tem uma vocação gigante, principalmente no tucumã que é a maior fonte de carotenóide e vitamina A no planeta. É inevitável que esses superalimentos ganhem cada vez mais relevância econômica e atraiam olhares de grandes investidores. Isso já é uma realidade que tenho acompanhado. A ASA é programada justamente para isso, entender a vocação de uma localidade e investir nela”, explicou João Hermeto.
A COOPERATIVA
Com nove anos de fundação, a D’Irituia reuniu 20 produtores familiares que não eram atendidos por políticas de âmbito federal, municipal ou estadual para que juntos constituíssem uma organização comercial mais competitiva. Hoje já são 42 cooperados, sendo 23 mulheres. Os principais produtos, além das oleaginosas, há também as cadeias produtivas da mandioca, das hortaliças, dos produtos de origem animal e dos SAFs com ênfase nas frutíferas. As oleaginosas já são comercializadas com empresas como Natura e Amazon Oil.
“Nosso sonho é ter essa fábrica, evoluir economicamente e avançar na conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente. É um sonho de muitas pessoas, muitas famílias que tentam trabalhar para que tenhamos dias melhores. Vamos continuar o contato com as instituições e dar prosseguimento ao processo de acesso ao crédito”, comentou o presidente da D’Irituia, Lázaro Lima.
Para o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, o avanço representará um exemplo para as demais cooperativas. “Temos trabalhado neste sentido, de proporcionar um ambiente adequado para o desenvolvimento da agricultura familiar, que representa responsabilidade social e ambiental ao reunir pequenos produtores e disseminar práticas sustentáveis de produção”.
O projeto que visa capacitar detentas para o mercado de trabalho realizado pela COOSTAFE e os resultados do Dia C 2020 foram destaque na mídia dessa semana. Também a participação do Sistema OCB/PA no lançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que irá beneficiar 3.076 agricultores divididos em 352 cooperativas, associações ou organizações produtivas, contemplando 582.160 mil pessoas com as doações de alimentos.
#namidia
#cooperativismo
A cooperação sempre foi uma alternativa de desenvolvimento nos históricos de crise mundial. Em um cenário de pandemia, as cooperativas devem estar ainda mais coesas e alinhadas. É o que objetiva o ciclo de palestras promovido pela Central Sicoob Unicoob e o SESCOOP/PA. Participam as cooperativas SICOOB Cooesa, Unidas e Coimppa. O palestrante será Bruno Krug.
Cada cooperativa está fazendo seu cadastro de inscrição, divulgando pelas mídias e canais internos de comunicação. A plataforma a ser utilizada é o aplicativo de videoconferência Zoom.
O tema da palestra será “Além da Crise – Ganhando Juntos o Jogo Do Cooperativismo”. Serão 6 Palestras Motivacionais, que serão realizadas via internet, objetivando motivar a participação efetiva dentro do Sicoob. A proposta é proporcionar momentos de reflexão para fortalecer o relacionamento junto aos cooperados, COEs e Delegados do Sicoob.
“Buscamos alcançar um relacionamento cada vez mais alinhado com os cooperados para que se desenvolvam e, assim, nossa comunidade também cresça. Os cooperados são a vida da cooperativa, só existimos por eles. Por isso, quanto melhor os capacitarmos, maior será o desenvolvimento das nossas cooperativas”, explicou a Gerente operacional de Desenvolvimento Cooperativo na Sicoob Central Unicoob, Júlia Fagan Moraes.
Serão trabalhados temas com um olhar sobre o cenário econômico atual, enfrentamento e aprendizado das crises, competência e motivação para a conquista de melhores resultados, desenvolvimento local e cooperativismo, economia compartilhada e inovação no cooperativismo, liderança de resultados e outros.
“É muito importante desenvolver uma atitude e um olhar positivo frente aos desafios da vida, e sobre si mesmo, o que ajuda a gerar motivação e comprometimento com a cooperativa e com os resultados”, explica Bruno Krug.
Bruno possui experiência de mais de 26 anos como palestrante, consultor empresarial e terapeuta holístico, trabalhando com temas direcionados ao desenvolvimento de lideranças, ao aprimoramento gerencial, ao fortalecimento e motivação de equipes para superar os desafios e ajudar a encontrar soluções para obter maior excelência e lucratividade.
Confira a Agenda de Palestras:
Sicoob Coimppa
Palestra 1
22/10/2020 | 19h | Todos os cooperados
Palestra 2
18/11/2020 | 19h | Todos os cooperados
Sicoob Cooesa
Palestra 1
21/10/2020 | 16h | Delegados
Palestra 2
05/11/2020 | 16h | Colaboradores (que também são cooperados)
Sicoob Unidas
Palestra 1
13/11/2020 | manhã | Delegados e COEs e colaboradores
Palestra 2
20/11/2020 | 16h | Colaboradores (que também são cooperados)
Para Elton Souza, de 18 anos, e Ítalo Santos, de 22 anos, a embarcação representa grande parte da sua vida. Agora, será oficialmente uma profissão. Com o curso de Marinheiro Auxiliar de Máquinas, promovido pela Transprodutor por meio da Capitania dos Portos, 15 pessoas entre cooperados, filhos e mulheres de cooperados que irão receber habilitação para navegação de carga.
A capacitação reúne pessoas de mosqueiro, Santa Bárbara, Combu, Cotijuba e ilhas ao entorno de Belém onde há cooperados. A intenção é proporcionar o crescimento da cooperativa abrangendo a própria família do cooperado, garantindo também mão de obra qualificada para atuar em possíveis novos processos licitatórios.
“Nossa filosofia é de uma cooperativa familiar. Para nós, é muito importante que toda a família cresça junta. Por isso estamos procurando trabalhar a qualificação deles para prestarmos sempre um excelente serviço aos nossos clientes. Daqui, vamos partir para outros municípios onde temos cooperados e atendendo ainda mais pessoas”, reiterou o presidente da TRANSPRODUTOR, Newton Leão.
O Curso Especial de Marinheiro Auxiliar de Máquinas é realizado pelo Departamento de Ensino Profissional marítimo da Capitania dos Portos. Ocorre ao longo de toda a semana, na Sala de Treinamento do SESCOOP/PA. Forma profissionais para exercer atividades como aquaviários do 1º Grupo (Marítimos, Seções de Convés ou de Máquinas), com inscrição na categoria de Marinheiro Auxiliar de Máquinas (MAM), inicialmente no nível de equivalência 1.
Com a habilitação, o profissional pode prestar serviço de apoio em embarcações com arqueação bruta menor do que 300 e potência propulsora menor do que 250 kW empregadas na navegação interior e na navegação de apoio portuário. Também pode atuar em embarcações de esporte e recreio.
Para Elton Souza, a capacitação vai trazer segurança para pilotar na legalidade. “Já trabalho em embarcações, mas não tinha habilitação. Comecei a trabalhar no início do ano, estou há 6 meses atuando em cooperativa desde que completei os 18 anos. Porém, sei pilotar desde os 10 anos. A expectativa é grande para receber minha qualificação, aprender um pouco mais sobre a parte mecânica e depois poder pilotar legalmente”.
Após um ano de efetivo embarque, o aluno formado por esse curso poderá fazer o Curso Especial de Segurança de Embarcações de Passageiros (ESEP). Se aprovado, ascende ao nível 2 e presta serviço como Patrão de embarcações com arqueação bruta menor do que 50 e potência propulsora menor do que 250 kW empregadas na navegação interior e na navegação de apoio portuário.
“Muitos possuem embarcações, pilotam há muito tempo, mas não possuem carteira de habilitação. Um dos nossos objetivos é esse. São cursos obrigatórios, assim como o é para se habilitar como motorista de carro. Fazemos o curso, passamos a prova de qualificação para testar se assimilou o conhecimento e, se aprovado, recebe sua carteira de aquaviário”, explicou o Coordenador de Cursos da Capitania dos Portos, sargento Leal.
A TRANSPRODUTOR
A Cooperativa de Transporte dos Produtores Rurais do Estado do Pará (Transprodutor) atua no transporte de produtores rurais, minérios, soja, transporte escolar e turismo. É multimodal, atuando tanto por vias fluviais quanto terrestres. Atualmente a cooperativa possui 680 cooperados em 17 municípios, como Santa Bárbara, São Miguel, Paragominas, São Sebastião da Boa vista, Melgaço, Ponta de Pedras, Chaves, Monte Alegre, Maracanã, Limoeiro do Ajuru, Santa Maria, Santa Izabel.
A singular tem forte presença em processos licitatórios, especialmente em editais para transporte escolar. “Temos acompanhado o trabalho e a evolução da cooperativa. Parabenizamos sua diretoria e continuamos à disposição para auxiliar nas próximas etapas de seu planejamento estratégico”, comentou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
A diretoria da cooperativa também já está estruturando projeto para criação de peixes nas propriedades rurais dos próprios cooperados. De acordo com o presidente, o projeto já está adiantado com instituições financeiras que sinalizaram positivo para linhas de financiamento. A intenção é garantir mais uma fonte de renda para os associados, muitos dos quais estão com suas atividades ainda paralisadas por conta da pandemia, como é o caso do transporte escolar.
“A cooperativa sempre buscou ter um mix de atendimentos, não atuando apenas em uma atividade. Isso é o que nos fez continuar de pé, mesmo com todas as dificuldades que a pandemia trouxe. Estamos elaborando esse projeto de piscicultura e estamos lutando para que comece grande, trazendo de fato benefícios aos nossos associados”, explicou Newton.